sexta-feira, 21 de abril de 2017

Elogio da palavra


Palavra
suave e doce,
tensa e vulgar,
signo humano
cruel e necessário.
Quero cruzar seus planaltos
em vôos rasantes,
cortar sua neblina fria
e ir além.
Quero mergulhar em suas furnas,
suas locas, suas ravinas,
quero seu néctar
e sua sombra,
seu toque
e seu cheiro.
Palavra que habita o pranto,
palavra que guia a luxúria.
Palavra que mata a sede
e se introduz no coração
das mulheres e dos homens.
Seu universo imenso
e equidistante,
sua penumbra fina,
seu cálice de sons.
Amo a palavra, amo seu travo
e seu rabisco. Amo-a constante!
Descubro em você
um amor que não vai morrer.
Leve minha alma, palavra,
leve-me para sempre,
deixe-me dormir em seus braços,
deixe-me ter contigo a minha prole,
o meu legado.
Deixe-me sem palavras,
palavra querida,
palavra amada.

2 comentários:

Sueli disse...

Maravilhoso! Devoção que compartilho mas sou incapaz de expressar - menos ainda em verso. Gosto muito, muito da sua escrita. Parbéns sempre!

Sueli disse...

Maravilhoso! Devoção que compartilho mas sou incapaz de expressar - menos ainda em verso. Gosto muito, muito da sua escrita. Parbéns sempre!