terça-feira, 21 de março de 2017

Sol poente de outono,
que já nasceu posto,
que se espalha,
feito serragem,
por frestas e fendas,
filtrado
por vidros e grades.

Sol que é mais luz
que calor.
Sol que venta
e traz notícias
dos antepassados
mortos.

Sol que permite
que se olhe pra ele.
Deixa o dia mais azul
e a água mais fria.

Sol que estava
no ponto mais alto do céu,
quando nasci.

Sol que vive, pulsa
e assombra,
que parece menor que é.

Sol dançarino
em evoluções perfeitas,
exortado por poucas nuvens.
Sol que não me fere- e me alivia,
seus bons raios me alcançam
e me jogam além
de qualquer sombra
no coração.

Amo-te, sol. Amo-te, vento.
Enxergo-vos como a dois
bailarinos.
E também dança
minha alma.

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