quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Barcarola náufraga


Lua
descendo
reflete

Miroir na praia.


Pedra
onde ondas
defletem

Meu roer, na praia.


Foz:
um rio
me repete:

Vou morrer na praia.

4 comentários:

Canto da Boca disse...

Renato, é bem interessante esse encontro de luz e escuridão; esse verso e reverso de sentimentos que desembocam na foz, tornando tão ampla as possibilidades, dentre elas, o ato que poderia ser até banal - se não estivéssemos falando de desejos, sim no entre linhas, entre as linhas - que é o 'morrer na praia' nossa de cada dia, náufragos do cotidiano e das ilusões (?).

Gostei imenso. Como lhe disse, oxigenar a poesia é preciso, e você tem fôlego de sobra para isso.

Abração!

;)

Mari disse...

Ainda bem que sempre se pode virar para a foz e dizer: Eu sei nadar.

Né?

Beijo, 532.

Robson S. Bertoldo disse...

"Meu roer na praia"

dentro deste contexto, me faz lembrar que a vida nos corroe, aos poucos, como as ondas que batem nas pedras e levam, pouco a pouco, estas pedras para o fundo do mar ou para o horizonte. Se for para o horizonte, encotraremos com a lua, se for para o fundo, é o que parece, as desilusões que os dias vividos nos oferece.

um forte abraço blues

Hasta!

Letícia disse...

Viver nadando
Manter a cabeça à tona
Evitar a praia
E assim não morrer