Passava da meia-noite, quando ligaram. De pronto, ele não ouviu, por estar usando headphones àquele momento. Que música? Não sei, eu conto isso do lado de fora dos headphones, mas era algo do Frank Sinatra. Pois bem, da segunda vez que ligaram, logo em seguida, ele atendeu. Havia dado uma pausa na digitação do que parecia ser um artigo ou mesmo ensaio, e estava levando umas mini-pizzas ao forno quando ouviu o telefone. Atendeu despreocupado, apesar da hora e de não estar esperando ligação alguma e não se alterou por não haver resposta do outro lado da linha, apenas um e outro som de rua, carros. Perguntou quem era e desligaram.
O microondas o chamou de volta e ele pegou uma das mini-pizzas, a gordura do queijo ensebou-lhe os dedos e o queixo e estava uma porcaria, pois não havia esquentado homogeneamente. Comeu em três mordidas e não buscou a outra, que devia estar também uma bela porcaria, dentro do forno.Limpou os dedos e a cara no pano de prato e pegou café na cafeteira. Já estava um pouco frio, mas ele tomou assim mesmo, mesmo sem fumaça, mesmo sem calor na mão, mesmo não pensando "bom café"...levou a caneca consigo e a deixou em cima do móvel do corredor, ao lado de uns envelopes de conta ou propaganda e de um livro de poesia, esse, de Fernando Pessoa, sei lá se ortônimo ou heterônimo.
Passou para o quarto e vestiu um moleton, desfiando na costura à altura da coxa direita. Moleton já meio velho e apertado, que fez com que tirasse a cueca para não apertar muito as bolas. As bolas estavam inchadas, já que ele não fazia sexo havia um tempo e nem se masturbava. "Boas bolas", pensou, naquele momento. As moças costumavam dizer que ele tinha um caralho bonito e pareciam ter especial gosto pela glande, mas ele tinha apreço pelas bolas. "Sem bolas, nada de veias saltadas, curvadinho pra direita ou cabeçona gostosa", pensava.
Foi dormir, logo depois de desligar o computador e apagar a luz.
Publicado originalmente em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=31346136
O microondas o chamou de volta e ele pegou uma das mini-pizzas, a gordura do queijo ensebou-lhe os dedos e o queixo e estava uma porcaria, pois não havia esquentado homogeneamente. Comeu em três mordidas e não buscou a outra, que devia estar também uma bela porcaria, dentro do forno.Limpou os dedos e a cara no pano de prato e pegou café na cafeteira. Já estava um pouco frio, mas ele tomou assim mesmo, mesmo sem fumaça, mesmo sem calor na mão, mesmo não pensando "bom café"...levou a caneca consigo e a deixou em cima do móvel do corredor, ao lado de uns envelopes de conta ou propaganda e de um livro de poesia, esse, de Fernando Pessoa, sei lá se ortônimo ou heterônimo.
Passou para o quarto e vestiu um moleton, desfiando na costura à altura da coxa direita. Moleton já meio velho e apertado, que fez com que tirasse a cueca para não apertar muito as bolas. As bolas estavam inchadas, já que ele não fazia sexo havia um tempo e nem se masturbava. "Boas bolas", pensou, naquele momento. As moças costumavam dizer que ele tinha um caralho bonito e pareciam ter especial gosto pela glande, mas ele tinha apreço pelas bolas. "Sem bolas, nada de veias saltadas, curvadinho pra direita ou cabeçona gostosa", pensava.
Foi dormir, logo depois de desligar o computador e apagar a luz.
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