Se um amor lhe chega no outono,
quando tudo que é morto cai
por terra, e o vento carrega,
pela leveza ou inconstância,
e a cor abandona o campo
e a flor, de precoce, murcha,
que alegria ou promessa vinga
num coração enodado?
Que seiva antiga se agita,
que fome e que sede inimiga
despertam ao caído soldado
em já desertado abandono
e o levam de volta à trincheira,
e o mandam avançar pelas linhas
e buscar a perdida bandeira,
se um amor lhe chega no outono?
Se é morto o que o vento ali varre,
se é certa a derrota, se a fome
não vai encontrar que a mitigue,
Por que é despertado do sono?
E no campo enevoado e impreciso,
esse vento assovia seu aviso,
por que segue, depois de alvejado,
se um amor lhe chega no outono?
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