terça-feira, 17 de abril de 2012

Abril

Dispo-me da nudez perfeita
dos erros.
Sou inteiro, mais uma vez,
ao abraço balsâmico do Outono.

Manhã de céu, manhã de mim,
o sol sorve o maná que deixei, o meu caminho,
meus passos mortos, meu mortal salto, meu vôo livre.

É Outono... venço!
Há viço e voracidade, em cada pena trocada, tocada pelo vento.
Há fio novo, de corte certeiro, de chuva de flechas. Há vida sobre os destroços
dos escudos quebrados, dos casulos rasgados.
É Outono... a cavalaria chega e fende o cerco cáustico do Verão.

O Sol me envia seus diplomatas, capitula, resgata a paz,
refém de um poço de sangue
que, novamente, bombeia.

O céu anuncia, em nuvens brancas,
seu maravilhoso retorno.

Um comentário:

Robson Lius disse...

Há um tom de otimismo nessa poesia que me agrada.
Que a paz retorne em definitivo.

Estou ausente do face por tempo indeterminado, para o meu próprio bem.

Mas estarei sempre de olho nas postagens do meu genial amigo.

Abraço.

Robson