segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sem nós


Então, meu bem... é isso. Não se sabe o que é, mas é isso e isso é o que é: eu por aqui, você por aí, eu por mim, você por si e assim volta-se à trajetória incial da inércia. Você, com seus afazeres e eu com os meus a fazer.
Eu aqui, você aí e um mundo maravilhoso e promissor à nossa volta. Estancados, amputados e libertos. Sem peso, sem culpa. Abandonados à sorte, pra minha e sua sorte, pra sorte de quem virá em seguida. Sim, meu bem, vive-se num celeiro de outros, é-se os outros e há outra pessoa em mim e em você. Pessoas. Um monte. Um monte de.
Veio-se bem, até certo ponto. Ainda brilhava. Ainda pulsava, mas, agora, dormiu de vez. Voltou pro túmulo, cansado, suicidado. Mas, veio-se bem até.
Mundo maravilhoso esta terra em que se pisa. Promessas, promessas, oportunidades e força. Uma mão amiga a cada esquina, um sorriso de dentes lindos e brancos a cada olhar. Será mais fácil do que se pensa.
Irrelevemo-nos.
Não tem receita, mas em se criando um calo, a farpa é absorvida e assimilada pelas células. Não se coça o local.
Não se sopra a brasa e ela vira carvão. O vento é inimigo do diamante e precisa-se, agora de dureza e transparência. A melhor saída é a invulnerabilidade e a melhor solução é não ser pedra no próprio sapato.
Por aqui e por aí, desiste-se. Dói, maltrata, mas assim é a vida. O amor é um deus alienado. A dor, uma criada devotada. Fica-se com a vontade, mas essa passa, arrefece, procura outro objeto, encontra e quer outra vez. Querer a mesma coisa em outra coisa. Aprendizado.
Deixa-se, agora, o nunca entrar em casa, recebido com angústia reverente. Um médico de família.
Vou, vai, não vamos mais. Sou, é, não somos mais.
Que assim seja.

3 comentários:

Unknown disse...

amém nós todos, rsrsrsr

Anônimo disse...

Boa noite. Será que eu posso linkar seu blog ao meu?

Anônimo disse...

"Favoritei" seu blog, porque ainda virão muitas, além da minha primeira viagem por aqui!Bjo!