Eu me apaixono,
toda vez que a vejo.
Mas eu nunca mais a vi.
sábado, 28 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
O livro entre as coxas
O corpo faz curvas,
se torce, se apruma,
releva, reentra.
O corpo é todo caligrafia.
Palavras que me fogem,
pingam,
da ponta
da minha língua.
se torce, se apruma,
releva, reentra.
O corpo é todo caligrafia.
Palavras que me fogem,
pingam,
da ponta
da minha língua.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Dead Horse Blues
O amor, em mim, era um cavalo.
Irrefreável devorador de distâncias,
que, esquecido de quem o montava,
morreu a galope, sem nunca ter refugado.
Seu fantasma ainda cavalga, sem rumo
e seus cascos se ferem
em pontas de flechas
largadas no campo.
domingo, 20 de outubro de 2013
A sala de troféus
Entro no quarto secreto - minha sala de troféus.
Meu capítulo de negativas, empalhadas na parede.
Olho-as, uma a uma, cada história fatídica,
em que nada empolgante aconteceu.
Olho para as cabeças, de olhos de vidro,
de expressões vazias, fleumáticas.
São todas a minha cabeça
e não trazem estampadas no rosto
o terror da última hora.
Meu capítulo de negativas, empalhadas na parede.
Olho-as, uma a uma, cada história fatídica,
em que nada empolgante aconteceu.
Olho para as cabeças, de olhos de vidro,
de expressões vazias, fleumáticas.
São todas a minha cabeça
e não trazem estampadas no rosto
o terror da última hora.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
domingo, 8 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Croupier
A mão invisível
desaloja, desabriga,
recolhe ao invisível.
A mão invisível tem
vontade e cegueira próprias
e subtrai sem tomar posse.
Porque nada fica onde se deixa.
Porque nada fica.
Só a mão permanece.
desaloja, desabriga,
recolhe ao invisível.
A mão invisível tem
vontade e cegueira próprias
e subtrai sem tomar posse.
Porque nada fica onde se deixa.
Porque nada fica.
Só a mão permanece.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
sexta-feira, 31 de maio de 2013
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Ninguém Chorou por Afonso, Quando Ele Morreu
Os bêbados dormiram no bar.
As putas viram TV.
O maluco da praça tocou bronhas,
enquanto as beatas passavam
e se persignavam.
O cão lambeu os bagos, e se coçou com os dentes.
O coveiro errou na mistura da massa.
Depois de três dias, começou a feder.
sábado, 27 de abril de 2013
O tempo vai te matar.
Aos poucos, ele vai te arrancando pedaços, membros
e órgãos vitais e vai deixando sua voz por último.
Um dia, você vai cantar
sua última canção, dar o último grito, e desaparecer da existência.
Depois das primeiras noites, chorando, as pessoas contarão suas histórias, as falsas e as vividas... e você não estará mais aqui, pra ouvir e gargalhar.
O que sobrar de você fará chiados de disco velho, quando mencionarem seu nome.
Você será um fantasma e um gosto ruim, nos pesadelos de quem já dormiu com você.
Aos poucos, ele vai te arrancando pedaços, membros
e órgãos vitais e vai deixando sua voz por último.
Um dia, você vai cantar
sua última canção, dar o último grito, e desaparecer da existência.
Depois das primeiras noites, chorando, as pessoas contarão suas histórias, as falsas e as vividas... e você não estará mais aqui, pra ouvir e gargalhar.
O que sobrar de você fará chiados de disco velho, quando mencionarem seu nome.
Você será um fantasma e um gosto ruim, nos pesadelos de quem já dormiu com você.
terça-feira, 19 de março de 2013
Epopeia sem início
... E na lama, derretido, ele morreu. Sua última impressão foi de que as coisas estavam finalmente ganhando forma, e que se completariam na escuridão. Pensou na infância, se viu criança, correndo pra longe, de braços abertos. Nunca estivera aqui.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Na doença da noite escura
Na doença da noite escura
a luz morre de mim
a carne morre de mim
a morte morre de mim
e eu sobrevivo.
a luz morre de mim
a carne morre de mim
a morte morre de mim
e eu sobrevivo.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
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