terça-feira, 16 de outubro de 2012

É minha mão...

É minha mão,
quem fala por mim,
aqui.

É ela a divina proporção,
a fronteira que conquista
tua fronteira,
a membrana do infinito.

É dela, todo poder e ostentação,
todos os sentidos
e todo sentido.

É minha mão
meu inesquecível rosto.

domingo, 14 de outubro de 2012

(Meta)²morfose

Aquilo que pousou aqui
foi nada mais que um alfinete
na gravata do meu dia.

Um brilho, apenas,
um espinho
com destino e sem caminho -

a verdade perde um botão... que cai,
rola,
dança
e repousa.

Da borboleta, brotou a flor.

A paz inexistente

Eis que,
externa ao ciclo,
uma estação cumpre a sentença.

Recolhe, lastro por lastro,
âncoras
trazidas pelo vento.

É dia de festa, na trincheira - e plumas
de pássaros terminados
estrepitam no céu azul imenso.

Soldados abraçam-se
às mães dos inimigos mortos
e entregam rosas aos futuros pesadelos.

No mar, no horizonte,
despede-se
o último sol do não-outono.