Assustados, os cavalos
se embrenham na neblina.
Amanhece, sem sol,
o ricochete da noite ecoa
por todos os vales do mundo.
Não há mais homens vivos,
não há mais sedes expostas,
nem é preciso lugar seguro.
Assustados, os cavalos
pisam em silêncio no escuro.
Nada mais é necessário,
a translação, as estações,
o orvalho irreflexo seca.
Cinza, cor única, indecomponível
inaugura o fim da cegueira,
messias total da nova dimensão.
Assustados, os cavalos
suam, sem resfolegar.
Vertigem e não fronteira,
éter e não pureza,
a vida rompe a membrana.
Esvai, paira sobre as águas,
expira, manifesta... não há vetores
nem simulacros.
Assustados, os cavalos
refugam, sem existir.
domingo, 23 de outubro de 2011
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